- 14 de julho de 2025
Vigilantes sem salário: calote de Igor Normando afeta quase 100 famílias
Quando veio à tona o calote da Prefeitura de Belém aos vigilantes da Fundação Papa João XXIII, o sindicato da categoria ainda tentou negociar, realizou mobilizações, mas a gestão da Funpapa foi ainda mais categórica: “Dívidas contraídas pela administração anterior não serão pagas”, decretou um funcionário, cumprindo ordens do prefeito.
Na prática, Igor Normando ignorou o sofrimento de 96 famílias, ou seja, de quase 400 pessoas dependentes dessa remuneração, que estão sem ver a cor do dinheiro há mais de seis meses, segundo o sindicato dos profissionais. Como o pagamento deve ser honrado pela prefeitura, independentemente do prefeito, Igor Normando dá mais uma demonstração de que é adepto da tirania e não da legalidade.
Igor fere mais uma vez o princípio da impessoalidade na gestão pública e novamente maltrata o direito das pessoas. Esse episódio deixa claro que o prefeito de Belém trata da máquina pública como se fosse negócio privado e ignora a igualdade de tratamento que deveria ser dada a todo servidor e prestador de serviço, independentemente de ter sido contratado em sua gestão ou não.
Seis meses sem salário e demissões
O prefeito não preserva o foco no interesse público, e escolhe qual dívida vai pagar ou em quem dará calote de acordo com as conveniências políticas, interesses e falta de critérios objetivos, abrindo mão do bem comum. Sem falar na crueldade com as quase 400 pessoas de baixa renda, que estão há seis meses sem ver a cor do dinheiro que lhe devem, passando por privações e insegurança alimentar.
O calote em 96 vigilantes que prestavam serviços à Funpapa subverte a própria natureza da Fundação, criada para garantir assistência social e não para promover a desassistência. Sem receber por mais de 6 meses, restou à empresa demitir os vigilantes, apagando com gasolina as chamas do inferno acesas por Igor Normando na vida dessas famílias.

“Devido ao atraso no pagamento das faturas há mais de seis meses, não há condições financeiras para continuar bancando a folha de pagamento dos 96 vigilantes”. justificou-se a empresa Belém Rio Segurança. ”Devido à ordem do prefeito, nada pode ser feito”, disse um funcionário da Funpapa, lavando as mãos tal e qual Pilatos.
Protestos
Os vigilantes demitidos repetiram um gesto que já vem virando rotina. Assim como professores, servidores municipais, entregadores e motoboys, foram às ruas protestar contra a crueldade e a atitude criminosa do prefeito Igor Normando, que em campanha prometeu melhorar a gestão municipal e em seis meses conseguiu piorá-la.
Confrontado com a crise, Igor mandou dizer que tem “honrado os compromissos”, o que não é verdade, e que pagar os vigilantes ”é uma questão de tempo”. O que, para bom entendedor, significa: Devo não nego; pagarei quando quiser. Se quiser.