- 10 de novembro de 2025
Servidores da Saúde protestam contra o fechamento do Pronto-Socorro da 14 de Março em Belém
Servidores municipais da Saúde realizaram na manhã desta segunda-feira (10) um protesto em frente ao Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti (PSM da 14 de Março), em Belém, contra o anunciado fechamento e privatização da unidade, medida proposta pela Prefeitura de Belém em parceria com o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA).
O ato, convocado pelo Sindsaúde-PA e outras entidades sindicais e populares, acontece justamente no primeiro dia da COP30, conferência climática da ONU que coloca Belém no centro das atenções mundiais. Para os manifestantes, há um contraste simbólico entre o debate global sobre o futuro do planeta e o que chamam de “retrocesso na saúde pública” da capital paraense.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Pará, a decisão ignora o posicionamento do Ministério Público Federal (MPF), que se manifestou contra o fechamento após realizar escutas públicas com profissionais e usuários do sistema de saúde. As entidades alertam que a medida ameaça um serviço com mais de cem anos de história e pode deixar a população de Belém e municípios vizinhos sem referência em pronto atendimento hospitalar, sobrecarregando outras unidades.
Com faixas, cartazes e até mensagens escritas em inglês — para chamar atenção da imprensa internacional —, os manifestantes denunciaram o que classificam como “descaso com a saúde pública” e exigiram a saída do secretário municipal de Saúde. Entre as frases exibidas, estavam: “Mayor of outsourcing!” e “Belém needs a government that respects workers and values the SUS.”
As organizações participantes — Sindsaúde-PA, CUT, Movimento Popular de Saúde (MOPS-Pará) e União dos Usuários da Saúde Pública (UUSPA) — afirmam que o fechamento do PSM representaria “o abandono da saúde pública e a porta aberta para a mercantilização do SUS”.
Os trabalhadores pedem que o hospital permaneça sob gestão pública, que as UPAs retornem à administração da Sesma, e que os recursos públicos sejam aplicados no fortalecimento dos serviços essenciais, garantindo atendimento digno e universal à população.