• 20 de agosto de 2025

O Pará não é para amadores: lideramos a geração de energia e temos a conta de luz mais cara do país

Divulgação

O que era ruim acaba de piorar. A partir deste mês de agosto, a conta de energia elétrica vai ficar ainda mais cara para cerca de 3 milhões de unidades consumidoras no Pará. O nosso estado já paga a conta de luz mais cara do Brasil, embora seja um dos maiores produtores de energia elétrica do país. Agora, a conta de agosto confirma o ditado popular: “depois da queda, o coice”.

A “queda” aconteceu no último dia 7, com o reajuste de 3,74% no preço da energia elétrica, autorizado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). O “coice” virá com a chegada da conta, que vai incorporar o acréscimo da bandeira tarifária vermelha no patamar 2. Trocando em miúdos – ou graúdos, neste caso -, a conta de luz terá um acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 kw de consumo.

O que dói ainda mais é a justificativa da ANEEL. O aumento se deve ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, o que exige o uso maior de termelétricas, tornando a geração mais cara. É óbvio que a situação não ocorre no Pará, mas como se vê é o paraense quem paga a conta.

Para quem não sabe, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, é uma das maiores hidrelétricas do mundo. É a maior do Brasil, considerando que está atrás apenas de Itaipu, que não é totalmente brasileira, mas binacional. É graças a Belo Monte, a hidrelétrica paraense, que o nosso país tem uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta.

Além de Belo Monte, também se localiza no Pará a Hidrelétrica de Tucuruí, que gera o equivalente a 10% da energia oriunda das hidrelétricas de todo o país. Tucuruí foi por muito tempo a maior obra de engenharia de todos os tempos na Amazônia, inaugurada em 1984. Só perdeu recentemente esse título justamente para Belo Monte, inaugurada mais de três décadas depois, em 2016.

A energia elétrica produzida no Pará abastece boa parte do Brasil, além de ser considerada uma tecnologia madura e confiável, nestes tempos em que é grande a preocupação com as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, as hidrelétricas são uma fonte renovável de geração de energia elétrica. Mas, ainda assim, a população do Pará, que é um dos maiores produtores desse bem, é penalizada com a maior tarifa de energia do país.

Levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo demonstra que Belém tem a conta de luz mais cara do Brasil, sendo 25 vezes mais cara que em São Paulo. É uma conta para pouquíssima gente entender, embora todo brasileiro tenha de pagar. “As diferenças ocorrem porque a formação do preço no setor inclui uma gama de componentes entrelaçados que escapa ao senso comum”, diz Ângela Gomes, consultora para assuntos estratégicos da PSR, empresa da área de energia.

Ela explica que a própria tarifa final, que aparece na conta de luz, é a soma de duas outras tarifas, distintas entre si: a Tusd (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição) e a TE (Tarifa de Energia). Ambas, por sua vez, são compostas por elementos que também variam.

Por causa disso, a tarifa mais elevada para o consumidor é a do Pará, que sai por R$ 816 o MWh (megawatt-hora), e a menor é a do Amapá, no valor de R$ 506 o MWh. Ainda que o Pará seja um campeão de produção de energia elétrica para todo o país.

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