- 20 de outubro de 2025
Legado de Romulo Maiorana, que hoje faria 103 anos, ainda inspira novas gerações no jornalismo e empreendedorismo
Há 103 anos, nasceu em Recife (PE) um dos mais importantes jornalistas e empresários do Pará: Romulo Maiorana. Parece incrível, mas é absolutamente verdadeiro, que quase 40 anos após sua morte este nome ainda represente peso e quilate tão grande na comunicação do Pará, reafirmando um legado que poucas personalidades alcançam nestes tempos de celebridades efêmeras.
Romulo revolucionou o jornalismo em Belém com o jornal O Liberal, a TV Liberal e a Rádio Liberal. Seu legado de inovação segue inspirando profissionais da área e seu nome é lembrado por transformar a comunicação paraense e impulsionar o comércio local com visão pioneira e compromisso com a qualidade.
Maiorana chegou a Belém vindo de Recife e rapidamente marcou sua trajetória ao transformar o jornal O Liberal, assumindo sua direção a partir de 1966. Sob sua liderança, o jornal passou por uma modernização radical, ampliando a equipe e investindo em novos equipamentos, como a introdução do sistema offset de impressão, que elevou a qualidade da publicação.
A visão pioneira se refletiu na identidade de todos os veículos. O Liberal chegou a estar entre os 10 jornais impressos de maior circulação do Brasil, e a TV Liberal se destaca até hoje pela qualidade, tendo sido uma das primeiras emissoras de televisão da região e afiliada da TV Globo.
Romulo Maiorana também teve papel fundamental no comércio local, contribuindo para a modernização da economia de Belém. Sua influência fez com que o comércio varejista da cidade ganhasse novo fôlego, possibilitando à classe emergente maior poder de compra e acesso a novos serviços.
Ao unir com visão empreendedora os valores da comunicação e do comércio, Seu Romulo, como era chamado, mobilizou uma transformação social e econômica significativa na capital paraense. De acordo com amigos, parentes e pessoas que com ele conviveram, Romulo Maiorana exibia uma verdadeira paixão pela notícia, daí a constante busca por qualidade e inovação.
Quase quatro décadas após seu falecimento em 1986, o legado de Romulo Maiorana permanece forte. O Grupo Liberal continua presente no cotidiano da população, tornou-se o maior grupo de comunicação do Norte do país, e a marca criada por ele deu frutos, chegando hoje à terceira geração com novos empreendimentos em diversos setores da economia, além da comunicação.
Em tempo de rápidas mudanças tecnológicas e desafios para a imprensa, o exemplo de Romulo Maiorana reafirma a importância da dedicação, da inovação constante e do compromisso ético com o público. O Pará, especialmente Belém, reconhece nele um verdadeiro pioneiro cuja vida e obra merecem ser celebradas e estudadas, simbolizando a força da comunicação como instrumento de transformação social e cultural.
Um documentário na Globoplay, que estreou em celebração ao centenário de Romulo, utiliza depoimentos de várias pessoas para recordar as diversas curiosidades e facetas desse empresário de sucesso, desde quando ainda inovava como comerciante.
“Ele revolucionou o comércio de Belém. Foi ele que trouxe o tipo de vitrine como se conhece hoje. Em Belém, não existia vitrine até final dos anos 50. Ele introduziu a vitrine por meio das lojas RM no final dos anos 50 para o início dos anos 60 e hoje muita gente das novas gerações, tão acostumadas com shoppings, não conhece isso”, destaca Leo Nunes, que trabalhou na preparação do documentário e revelou o que pouca gente sabe e que é muito bom lembrar neste mês de outubro.
“A frase ‘o Círio é o Natal dos paraenses’ foi criada pelo ‘seu Romulo’. Ele falava isso na coluna dele ‘Repórter 70’. Então, ele acabou trazendo essa expressão e é como a gente conhece até hoje”, conta Leo.
Neste 20 de outubro, quando Romulo Maiorana completaria 103 anos, é impossível não reconhecer o legado deixado pelo filho de imigrantes italianos, um empreendedor nato que inscreveu seu nome definitivamente na história do Pará e, mesmo tendo morrido com apenas 63 anos, em abril de 1986, permanece influenciando as novas gerações.