- 3 de outubro de 2025
Hamas aceita libertar reféns e entregar administração de Gaza, mas quer discutir outros termos de proposta de Trump
O grupo palestino Hamas respondeu ao plano de paz para a Faixa de Gaza, proposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, afirmando que está disposto a libertar todos os reféns — vivos e mortos — que ainda estão no enclave, e que está disposto a negociar os demais planos da proposta. O anúncio veio pouco depois de Trump dar um ultimato ao Hamas, sugerindo que apoiaria a intensificação da ofensiva em Gaza se não houvesse uma posição até domingo.
Em publicação no canal do grupo no Telegram, o Hamas afirma ter aprovado “a libertação de todos os prisioneiros da ocupação — tanto os vivos quanto os que restam — de acordo com a fórmula de troca contida na proposta do presidente Trump, com as condições de campo necessárias para implementar a troca”.
Segundo estimativas independentes, há cerca de 50 reféns (dentre os mais de 200 capturados em 7 de outubro de 2023) em Gaza, mas por volta de 20 ainda estão vivos. A libertação é um ponto chave nas negociações desde o começo da guerra, e nos breves períodos em que foram obtidos acordos de cessar-fogo, como em janeiro, alguns dos reféns puderam retornar para casa.
O anúncio do grupo, contudo, não corresponde à aceitação total do plano de 20 pontos apresentado por Donald Trump na semana passada, ao lado do premier israelense, Benjamin Netanyahu. A proposta também tratava dos vários passos para encerrar o conflito — como a saída dos israelenses, para a qual a proposta não estabelece uma data — e para o futuro da Faixa de Gaza, do qual o Hamas não deve fazer parte, se depender dos EUA, Israel e de um número considerável de países.
Em sua resposta, o Hamas se diz disposto a “entregar a administração da Faixa de Gaza a um órgão palestino independente (tecnocratas) com base no consenso nacional palestino e com apoio árabe e islâmico”, termos similares aos previstos na proposta de Trump, e que “neste contexto, o movimento (Hamas) afirma sua disponibilidade para entrar imediatamente, por meio dos mediadores, em negociações para discutir os detalhes”.
“Outras questões mencionadas na proposta do Presidente Trump sobre o futuro da Faixa de Gaza e os direitos legítimos do povo palestino estão ligadas a uma posição nacional unificada e às leis e resoluções internacionais relevantes”, afirmou o Hamas, se referindo a outras propostas para o futuro do enclave, como uma administração internacional provisória, liderada pelos EUA. ” [Elas] serão abordadas por meio de uma estrutura nacional palestina abrangente, na qual o Hamas participará e contribuirá de forma responsável”.
Por fim, o grupo elogia “os esforços árabes, islâmicos e internacionais, bem como os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, pedindo o fim da guerra na Faixa de Gaza, a troca de prisioneiros (e) a entrada imediata de ajuda”.