- 11 de novembro de 2025
Governador da Califórnia critica ausência de Trump na COP30 e firma parceria com o Pará para ações ambientais
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, voltou a criticar nesta terça-feira (11) a ausência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), realizada em Belém. O democrata participa do evento com o objetivo de reforçar sua postura oposta à do republicano nas discussões sobre meio ambiente e crise climática.
Durante a manhã, Newsom assinou memorandos de entendimento com o governador do Pará, Helder Barbalho, voltados à ampliação da cooperação internacional em pesquisa, inovação e gestão sustentável. Os acordos também incluem ações conjuntas em bioeconomia e combate a incêndios florestais.
“Sei que meu país e sua liderança em Washington, D.C., não estão aqui. Por isso, sinto-me particularmente honrado pela generosidade do governador em nos receber, assinar este memorando de entendimento e desenvolver uma parceria mais formal entre nossos dois estados e nossas nações”, declarou Newsom.
A parceria, de longo prazo, tem como foco soluções de baixo carbono, desenvolvimento inclusivo e conservação da floresta amazônica. A Califórnia, maior economia verde dos Estados Unidos, é referência em políticas ambientais e inovação sustentável.
“Estamos do outro lado do debate, e o estado da Califórnia está prosperando. Viemos aqui para comunicar essa mensagem. Donald Trump está duplicando a sua estupidez. Ele está apostando no carvão em Ohio. Estamos aqui [na COP30] para falar sobre crescimento e energia renovável, sobre biodiversidade e sustentabilidade”, afirmou o governador.
Em setembro, Trump havia anunciado um plano para incentivar a mineração e ampliar o uso do carvão como fonte de energia, o principal combustível fóssil responsável pelas mudanças climáticas globais.
Newsom também destacou que Trump não representa a visão ambiental do estado da Califórnia. “Queremos comunicar que somos um parceiro estável e confiável nos Estados Unidos da América. Donald Trump não representa o meu estado em termos de mentalidade sobre ambiente, energia limpa e energia de baixo custo. Ele se afastou da liderança global. É de cair o queixo”, criticou.
Na segunda-feira (10), durante um debate em São Paulo sobre emergência climática e transição energética, Newsom já havia classificado a ausência da Casa Branca em Belém como um “desrespeito” ao Brasil.
Questionado se um futuro presidente democrata poderia levar os Estados Unidos a retornar ao Acordo de Paris, Newsom respondeu que a reaproximação é uma “obrigação moral e econômica”.
“Sem dúvida, sem hesitação. É um compromisso moral e um imperativo econômico”, afirmou. “É uma abominação que ele [Trump] tenha se afastado do Acordo duas vezes, e não apenas uma”, completou.
Cooperação ambiental
O memorando assinado entre Califórnia e Pará prevê o fortalecimento das ações de prevenção e resposta a incêndios florestais por meio da troca de experiências, tecnologias e inteligência aplicada. A cooperação abrange monitoramento da saúde das florestas, identificação de áreas suscetíveis ao fogo, desenvolvimento de estratégias de queima controlada e apoio a ações comunitárias de mitigação e educação ambiental.
A cerimônia de assinatura ocorreu no Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, em Belém, espaço que reúne pesquisadores, startups, povos indígenas e comunidades tradicionais em torno de novos modelos de negócios baseados na floresta viva.
“Hoje apresentamos o conceito e os investimentos do Vale Bioamazônico, que busca conectar a agenda da biodiversidade amazônica à tecnologia e à inovação do Vale do Silício. As agendas dos estados da Califórnia e do Pará permitem construir pontes bilaterais de conhecimento e inovação, acreditando na revolução que a biodiversidade amazônica pode representar para nossa região”, afirmou o governador Helder Barbalho.
(com informações da Agência Brasil)