- 11 de novembro de 2025
Recorde à vista: COP30 deve ter a maior presença indígena da história
A edição de 2025 da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorre em Belém (PA), promete contar com a maior participação indígena já registrada na história desses encontros.
O governo brasileiro, que preside o evento, estima que cerca de 3 mil representantes de povos originários de diferentes países estarão presentes. Desses, cerca de mil deverão participar formalmente das negociações, enquanto os demais circularão em áreas de observação ou participativas mais amplas.
A participação reforçada faz parte de uma estratégia para reconhecer os povos indígenas como “guardiões da biodiversidade” e trazer suas vozes para o centro da agenda climática global.
Entre as prioridades desses povos estão: a proteção e demarcação de seus territórios como instrumento de combate às mudanças climáticas, o acesso direto a financiamento climático, e a garantia de representação efetiva nas decisões do evento.
Apesar do número recorde de participantes, a presença indígena nas decisões principais ainda enfrenta limitações: segundo estimativas, apenas cerca de 14% dos indígenas brasileiros credenciados terão acesso à “Zona Azul”, o espaço das negociações oficiais.
Para facilitar a mobilização, foi criada a “Articulação dos Povos Indígenas do Brasil” (APIB) junto ao Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) uma série de cursos e encontros com comunidades, além da montagem de uma “Aldeia COP” na Universidade Federal do Pará (UFPA) para acolher os participantes.
A COP30, portanto, se posiciona como um marco potencial para ampliar a articulação entre povos indígenas, decisões de Estado e a agenda climática internacional, mas ainda há desafios importantes na tradução da participação em poder real de decisão.