- 1 de agosto de 2025
Altos preços na hospedagem: presidente da COP30 diz que países pedem retirada do evento de Belém
Em entrevista à Globo News, o presidente da COP30, a Conferência do Clima da ONU, o embaixador André Corrêa do Lago, afirmou que muitos países estão criticando os altos preços no setor de hospedaria em Belém, em função da COP30 e a grande procura. A expectativa é que a cidade receba 50 mil pessoas no mês de novembro, quando acontecerá o evento.
“Na maioria das cidades onde as COPs aconteceram, os hotéis cobravam o dobro ou o triplo do valor habitual. No caso de Belém, os hotéis estão pedindo mais de 10 vezes o valor, em relação aos valores normais. Há uma sensação de revolta dos países, por essa insensibilidade, sobretudo em países em desenvolvimento, que estão dizendo que não poderão vir à COP por causa dos preços extorsivos e abusivos que estão sendo cobrados. De fato, os preços em Belém estão completamento abusivos, por isso há um esforço muito grande do governo, através da Casa Civil, e representantes do governo, de convencer os hotéis a baixar o preço, porque a legislação brasileira não pode impor isso aos hotéis. Os esforços continuam, mas eu acredito que os hotéis não estejam se dando conta da crise que eles estão provocando, ao ponto em que ficou público que os países estão pedindo para o Brasil tirar a COP de Belém”, afirmou o embaixador.
Após essa afirmação, o embaixador reafirmou que Belém segue sendo a sede do evento e não será alterado. A afirmação foi dada à imprensa internacional. Enquanto isso, o governo segue correndo para finalizar as obras e preparativos finais na cidade e tentando convencer o setor de hospedagens e hotelaria a reduzirem os preços das acomodações. Uma nova ação do governo será lançada até 11 de agosto para tentar frear os altos preços.
A Secretaria de Estado de Justiça, por meio da Diretoria de Proteção e Defesa do Consumidor do Pará (Procon Pará), comunicou que as negociações continuam em andamento com a iniciativa privada para ampliar a disponibilidade de leitos a custos menores.
O governo federal também segue trabalhando em outras frentes: dois cruzeiros foram contratados e acomodarão cerca de 5 mil pessoas durante a COP, atracados na Baía. Além disso, 17 escolas estaduais estão sendo reformadas para acomodar quem chegar à capital