- 18 de junho de 2025
Moradores do Tapanã bloqueiam avenida Padre Bruno Sechi por problemas no CRAS e sindicato denuncia precariedade
Moradores do bairro do Tapanã, em Belém, realizaram um protesto na manhã desta terça-feira (17), bloqueando a avenida Padre Bruno Sechi, no distrito de Icoaraci. A manifestação foi motivada por problemas no atendimento do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da região, que está sem internet há cerca de duas semanas, de acordo com os manifestantes.
Segundo a comunidade, a falta de internet suspendeu o funcionamento do serviço, impossibilitando a realização de cadastros, atualizações no CadÚnico e outros atendimentos sociais oferecidos pelo CRAS. A situação tem afetado diretamente famílias em situação de vulnerabilidade, que dependem do serviço para acessar benefícios como o Bolsa Família e o BPC (Benefício de Prestação Continuada), por exemplo.
Em resposta ao nosso contato, a prefeitura de Belém, por meio da Fundação Papa João XXIII, disse em nota, que o CRAS do Tapanã passa por uma instabilidade no fornecimento do sinal de internet ocasionada pelo furto de cabos de fibra óptica naquela região.

A prefeitura ressaltou que a empresa fornecedora do serviço de internet já foi notificada pela gestão da FUNPAPA solicitando o pronto restabelecimento do serviço o mais breve possível. Conforme a prefeitura, a falta de internet interferiu somente os atendimentos relacionados ao CadÚnico. Todos os demais serviços oferecidos no CRAS do Tapanã seguem funcionando normalmente, segundo a gestão municipal.
Também procuramos a Polícia Militar para saber acerca do trabalho ostensivo para reprimir o furto de cabos na região. Em nota, a PM disse que realiza rondas ostensivas diuturnamente nos bairros do Tapanã e Parque Verde, e destacou que disponibiliza o número 190 para que a população denuncie e contribua com o trabalho policial nas ruas.
CRAS funcionam de forma parcial e precisam de mais funcionários
O Cidade 091 também descobriu com fontes do Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social da FUNPAPA (SINTSUAS FUNPAPA) que o prédio do CRAS do bairro do Aurá, em Ananindeua, apresenta problemas e necessita de reformas. E mais grave ainda: todos os 12 CRAS estão funcionando de forma parcial e precária.
Segundo o SINTSUAS, os CRAS apenas estão realizando atendimentos de cadastro do CadÚnico, enquanto que os demais serviços estão parados por conta da falta de profissionais, resultado da falta de renovação do quadro de funcionários, que se acumula há cerca de 3 anos.

“Além da denúncia de moradores do Tapanã, que fecharam a avenida, os CRAS estão funcionando parcialmente e de forma precária. Parcialmente porque só está funcionando o atendimento de cadastro do CadÚnico. Os demais serviços não estão funcionando, conforme protocolo, devido à falta de profissionais como assistente social, psicólogo e educador social. O SINTSUAS já entrou com ação no Ministério Público do Trabalho requerendo urgência para a realização de concurso público, pois há déficit de 350 servidores que se aposentaram nós últimos 3 anos e não houve a renovação destes profissionais. Também não há material didático para as oficinas e alimento para o lanche das famílias. Algumas unidades funcionam em prédios precários. São esses alguns dos problemas”, conta uma fonte.
Os servidores da Funpapa também se mobilizam em tratativas com a prefeitura de Belém pedindo realinhamento da tabela salarial, realização de concurso público, reajuste do vale alimentação e melhores condições de trabalho. Em contrapartida, a prefeitura diz que está realizando estudo para atender às solicitações e vai apresentar uma proposta de realinhamento salarial para os servidores públicos municipais na data de 15 de julho.
A Funpapa é órgão da gestão municipal de Belém, responsável por políticas de assistência social direcionadas à população belenense e suas famílias e administra os CRAS. O Cidade 091 pediu um novo posicionamento à prefeitura de Belém sobre as informações relatadas pelo SINTSUAS e aguarda retorno. O espaço segue aberto.